----- Mensagem encaminhada -----



Relato de sonho desta noite
VISÃO -  FORMA  -  CONHECIMENTO
Visão
Dormindo, sonhei olhei vi ouvi o spin cantor Ney Matogrosso apresentando-se num show. Depois do show quis encontrá-lo mas fiquei com vergonha devido ao fato de ele estar sabendo o que ocorreu comigo, a tentativa de morte relatada no fragmento 66/70 deste SPIN. O recinto onde ele se apresentou era uma construção tipo tijolinhos e meia oval. Cheguei perto do camarin, onde ele estaria recebendo pessoas. Vi uma pessoa dele conversando com o grupo que estava esperando o spin cantor. Tive a impressão de que o interlocutor divertia o grupo, como se quisesse despitar aquelas pessoas, parece-me que o cantor iria sair sem recepcionar o grupo de desconhecidos interessados em encontrar-se com o cantor. Encerra-se aqui o momento visão.
Forma
Eu deveria estar inserindo neste espaço uma construção em tijolinhos, uma vez que este é o momento forma.
Conhecimento
Este é o momento conhecimento.
Fortalecer a aliança com os conhecidos. Valorizar mais, cada vez mais, as pessoas que você conhece. Elas são o suficiente para você fazer uma grande festa.
Fim do relato do sonho desta noite
Ontem, 13 de outubro,  dia em que eu deveria estar sendo enterrado após morte por estrangulamento, a minha mãe disse-me: " meu filho, nesta noite só tive sonhos ruins, a travessia em uma canoa. A canoa soltava as tábuas. Que sufoco."
Enquanto ela me relatava isto lembrei-me do mito de Plutão, onde um personagem, a morte, atravessa um lago ( ou rio, não sei ao certo) conduzindo as almas dos mortos numa canoa.
Continuo imobilizado, sem poder falar, aqui na casa de minha irmã. Talvez o leitor não se interesse por estas coisas tão eu
eu eu eu eu eu eu
elas são tão  minhas!
Talvez não digam respeito a você
Talvez elas beirem a pornografia
É tudo tão permissivo
Tão pernóstico
De tão íntimo, talvez eu pareca pornográfico
Fazer o que?
É esta minha história
É este meu SPIN
Se não for assim não serei eu
Não quero ser Goya
Nem Picasso
Quero ser eu
Se não for assim não será o José Carlos Lima
Esta figura que faz da sua tragédia sua história
Caso não queiras me acompanhar, mais uma vez peço, avise-me, que não mais acompanharás este SPIN, ok?
Neste momento minha mãe aproxima-se de mim para perguntar-me como estou
Ela: como você está meu filho? Dormiu bem?
Eu: sim
Ela: pois é, meu filho, devemos dar graças a Deus por não ter acontecido coisa pior
Eu ( sem procurar mostrar emoção mas não conseguindo escondê-la): pois é...
Ela: olha esta planta que achei ali embaixo. É um tipo de babosa, veja só, as folhas dela são mais estreitas. Serve prá tudo, até prá cancer.
Eu: pois é, mãe....
É que as plantas decorativas e medicinais são o maior ponto de interesse da minha mãe.
Ontem choveu bastante. Enquanto chovia, eu chorava silenciosamente. Engraçado, nunca havia prestado atenção à chuva. A chuva, mais uma velha conhecida que não dei valor. Eu havia deixado a chuva prá lá. Agora vejo que a chuva é uma velha conhecida. Eu havia deixado-me prá lá...
Agora, mais do que nunca, quero estabelecer uma nova e eterna aliança
Não com tudo nem com todos
Mas apenas com aquilo ou aquele que conheço
Daqui prá frente terei mais cuidado com o desconhecido
Um desconhecido pode ser capaz de tudo
Nunca se sabe do que um(a) desconhecido(a) é capaz de fazer por dinheiro
Nunca se sabe, apenas pelas aparências, se fulano ou sicrano sofre de obesidade do ego, olho, ser
Como aprendi nestes dias com esta experiência de morte!
Não se trata de dizer que deixei de ser eu mesmo
Apenas tomei consciência de que devo chegar ao fragmento 70/70 deste SPIN
Agora sei que farei não apenas este como vários outros SPIN
A entidade chamada sexualidade tentou impedir-me
Lembro-me claramente das feições daquele rapaz
do limite entre o amor aparente e o verdadeiro ódio
como isto está tão claro em mim
Eu tenho 1,73 m e peso 60 kg
Ele deveria ter mais ou menos 1,80 m e 78 a 80 kg
Seus ombros largos, seu corpo atlético, seu rosto largo,
Seu sorriso que, agora, sei que era apenas encenação
A sua cor, seu corpo lembrava o sorriso o Popó, o lutador de boxe
Ele tem entre 22 e 25 anos, o ápice do vigor físico
Faço 46 anos agora, 7 de janeiro que, neste no calendário deste SPIN é 1 de marte
Enfim, ele veio sob encomenda para, finalmente finalizar-me
Não conseguiu
Esta entidade chamada sexualidade não conseguiu
Sei que, desde o começo do universo, três Entidades cósmicas, que são a Espiritualidade, a Sexualidade e Matéria, digladiam-se entre si
E aqui estamos nós
Não passamos de joguetes nas mãos destas forças
A sexualidade é terrível
Ela que trama todas as mortes, seja no Iraque, através do vírus HIV, spin imunosupressor, animal
ou assim, através de estrangulamentos
Agora sei o que passa uma pessoa quando está prestes a desfalecer por estrangulamento
No meu caso, afligiu-me o horror de ser visto por meu pai terreno celestial assim
morto, decapitado, estrangulado
No exato momento, na hora H, no momento em que, totalmente imoblizado por meu algoz, despedi-me desta vida
até achei bom
Percebi que finalmente iria libertar-me
Libertamente de todas estas parafernálias
este computador
este apartamento
esta papeladas
e principalmente da obrigação de bater ponto todo dia
naquele momento de despedida este foi o lado bom da morte
o lado ruim foi a percepção do meu pai velando-me
jamais poderia permitir ser visto por meu pai assim
machacudo
estou machucado sim
mas estou vivo
meu pai está ali na sala
caladão
no alto dos seus 80 anos de idade
tá lá
não estou por aí
estou aqui
perto de meus pais
ontem, enquanto chovia
eles estavam desfalecidos nos sofá
na rede
na cama
com aquele ar de preguiça
de relaxamento
estamos todos em silêncio
sei que eles comemoravem a minha presença
por isso não entreguei-me à morte
mesmo sabendo que morrer não seria tão ruim assim
pois eu fficaria livre de tudo
principalmente do relógio de tempo
aliás, relógio-de-ponto
através da morte eu deixaria tudo para trás
Não fosse por meu pai
talvez eu havia me entregado à  morte
Ele cravaria o seu punha no meu coração
Eu, sem poder gritar, ouviria as palvras daquele latrocida
calma, calma, calma... não vai doer
Em seguida ele cravaria o seu punhal no meu coração
Eu morreria livre de tudo
Mas não livre da presença de meu pai
ao(s)  (a)braço(s) da morte


Grato,

José Carlos Lima

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